SETEMBRO AMARELO – SINPOL-TO REPERCUTE DADOS E PROMOVE DEBATE SOBRE A SAÚDE MENTAL DOS POLICIAIS CIVIS

21/09/2022 03/10/2022 07:56 654 visualizações

 

Vocação, essa palavra composta de um significado quase confessional, motivador e determinante que imputa ao ser humano aquilo que ele acredita ser sua missão na terra. Quando a vocação é para servir e proteger a responsabilidade pesa, a pressão a qual a mente se submete pode ser um fator agravante. E o SINPOL-TO quer fortalecer esse debate. A presidente do SINPOL-TO, Suzi Francisca, tem concentrado esforços para a promoção do bem estar dos policiais civis do Tocantins.

Dados do 16º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em junho deste ano, mostram que a taxa de suicídio entre policiais da ativa, de diferentes corporações, aumentou em 55,4%, com 121 vítimas fatais. Esse número é quase 8 vezes maior do que na população em geral, que é de 7%. Esses números não incluem os estados do Ceará e Rio Grande do Norte, que não responderam ao levantamento.

O Tocantins figura junto aos estados que apresentaram queda nesse índice, mas ainda está longe de ser o ideal. Ciente dessa informação, Suzi Francisca defende o trabalho integrado entre as instituições da Segurança Pública para prevenir e evitar casos de suicídio entre os policiais. O SINPOL tem cobrado a realização de ações de suporte aos servidores no que se refere aos cuidados da saúde mental.

A Gerente do setor de Valorização da Escola Superior da Polícia Civil, Leni Barbosa, apresentou ao Sindicato as iniciativas da atual gestão para acompanhar e atender os Policiais Civis do Tocantins.

O SETOR DE VALORIZAÇÃO AO SERVIÇO DOS POLICIAIS CIVIS

Leni explica que os policiais atendidos passam por uma série de etapas, como: o processo de acolhimento, que se inicia com o atendimento psicossocial, e entendimento dos motivos pelo qual o mesmo deve ser priorizado.

“O projeto principal e o primeiro a ser criado é o do atendimento psicossocial, o qual se inicia pela entrada do servidor ao departamento por demanda espontânea, encaminhamento ou indicação. Após sua entrada ao departamento é realizada entrevista social, daí a demanda vai depender do acompanhamento que é realizado pela equipe (psicólogo e assistente social), podendo permanecer com serviço social, ou a psicologia ou ambos", afirma.

A partir dessa etapa é iniciado o acompanhamento dos Policiais Civis. A Gestão compreende as limitações em abranger todos os servidores e tem buscado soluções para isso, além de aumentar a equipe responsável.

“Pretende-se criar núcleos de atendimentos para desconcentrar da Capital. Também temos um projeto de oficinas para levar atendimento presencial e trabalhar a promoção e prevenção da saúde no interior. O formato será itinerante e está previsto para 2023. Além disso, recentemente apresentamos um Projeto de Ampliação do atendimento psicossocial para biopsicossocial: Centro de Atendimento Biopsicossocial e Ocupacional (CEABIO), ou seja, a ideia é aumentar a equipe para multiprofissional, e assim propiciar atendimento integral aos servidores e servidoras da SSP/TO”.

AMPLIAÇÃO DO ATENDIMENTO

Leni estima que 130 servidores de todo o estado tenham recorrido aos atendimentos do setor de valorização. A gerente esclarece que esse número pode aumentar, já que em alguns casos membros da família podem ser incluídos no processo terapêutico.

Independentemente, o objetivo do Setor é realizar o máximo de acolhimentos possíveis e atender a todos os servidores que precisarem. Por isso, tanto a equipe quanto a estrutura física estão sendo preparadas para isso.

“A atual gestão tem se empenhado para trazer melhorias aos servidores. Já foram contratadas mais duas psicólogas e estão sendo reformadas cinco salas (consultórios) no espaço da Escola Superior de Polícia para viabilizar os atendimentos presenciais. A proposta é que aumente ainda mais a equipe. Além disso, está em andamento o Termo de Cooperação Técnica com o município para contribuir com outras especialidades na área da saúde, tais como: médicos, clínico, psiquiatra, enfermeiros”, explica Leni.

OUTRAS AÇÕES

Além do atendimento realizado presencialmente, o Setor de Valorização oferece a modalidade online. Esse novo formato, implementado durante a pandemia, permanece pela praticidade e por ter maior alcance. O Setor de Valorização ainda realiza ações voltadas para o apoio das famílias de servidores que passem pelo estado de luto.

“Criamos uma portaria para atendimento psicossocial online e estamos trabalhando com esta modalidade, inclusive para servidores residentes em Palmas. Também temos o projeto de apoio à família enlutada, em que é ofertado suporte psicológico e social (quando solicitado) a toda polícia civil, servidores administrativos e suas famílias que passam por processo de luto", esclarece Leni Barbosa.

SAÚDE FÍSICA

A Escola Superior de Polícia (Espol) abriu, na última semana, inscrições para o Projeto Segurança em Movimento. O projeto é uma das ações realizadas pelo Setor de Valorização com o objetivo de promover o bem-estar físico, mental e social dos profissionais da Secretaria da Segurança Pública (SSP-TO). São oferecidas diversas atividades de condicionamento físico para os servidores.

“Os profissionais de Segurança Pública vivem em constante contato com situações que causam desgaste físico e emocional e com demandas exaustivas em prol da defesa da sociedade e combate ao crime. Atividade essa que por si já justifica não só a importância e necessidade, mas a urgência de um departamento que cuida da saúde destes profissionais para que este se mantenha saudável e com qualidade de vida”, finaliza Leni Barbosa.

O SINPOL PELA VIDA

Uma das bandeiras levantadas pelo Sindicato é a valorização da vida do Policial Civil e, devido a isso, a Gestão tem se empenhado ao máximo por ações concretas que sejam voltadas para a saúde mental dos nossos filiados.

“Saúde mental é um assunto muito delicado, pois mexe com as inseguranças e fraquezas do policial, por isso é muito difícil para nós expor nossas vulnerabilidades. Nós devemos quebrar esses tabus que rodeiam o tema e acolher quem precisa de ajuda”, defendeu a presidente Suzi Francisca.